Colesterol: entenda os riscos e a importância dos exames de rotina
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O colesterol é uma substância essencial para o bom funcionamento do corpo. Porém, quando presente em níveis elevados, pode representar um sério risco à saúde, especialmente ao sistema cardiovascular. O excesso na corrente sanguínea está relacionado ao desenvolvimento de doenças que figuram entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo.
Neste contexto, as análises clínicas desempenham um papel crucial tanto no diagnóstico precoce quanto na prevenção dessas doenças, contribuindo significativamente para o acompanhamento da saúde da população.
O que é o colesterol?
O colesterol é um tipo de lipídio produzido naturalmente pelo fígado e obtido por meio da alimentação. Ele é fundamental para a formação das membranas celulares, produção de hormônios sexuais e corticoides, além de participar da síntese da vitamina D e da produção de sais biliares, que ajudam na digestão das gorduras.
Contudo, o desequilíbrio entre os diferentes tipos de colesterol, ou seu acúmulo no sangue, pode provocar a obstrução de vasos sanguíneos, aumentando o risco de infartos, derrames e outras doenças cardiovasculares.
Tipos
Colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade)
Conhecido como “colesterol ruim”, o LDL é responsável por transportar o colesterol do fígado para os tecidos. Quando em excesso, pode se acumular nas paredes das artérias, formando placas de gordura que dificultam ou bloqueiam a passagem do sangue — um processo chamado aterosclerose.
Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade)
O “colesterol bom”, por sua vez, realiza o caminho inverso: leva o colesterol das artérias de volta ao fígado, onde será metabolizado e eliminado do organismo. Altos níveis de HDL estão associados a uma menor incidência de doenças cardiovasculares.
Triglicerídeos
São outro tipo de gordura presente no sangue, frequentemente associados à alimentação rica em carboidratos e ao consumo excessivo de álcool. Níveis elevados de triglicerídeos aumentam o risco de doenças do coração e estão ligados à resistência à insulina e ao desenvolvimento do diabetes tipo 2.
A importância das análises clínicas no controle do colesterol
As análises laboratoriais são indispensáveis para o controle do colesterol. O exame mais comum é o perfil lipídico, que mede as concentrações de colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos.
Detalhamento dos parâmetros avaliados:
- Colesterol Total: soma de todas as frações lipídicas presentes no sangue.
- LDL: altos níveis indicam maior risco cardiovascular.
- HDL: níveis baixos sugerem menor proteção contra doenças do coração.
- Triglicerídeos: elevados, aumentam o risco de pancreatite e doenças metabólicas.
Com base nesses dados, profissionais da saúde podem adotar medidas preventivas, prescrever medicamentos, recomendar mudanças no estilo de vida e acompanhar a evolução clínica do paciente com mais precisão.
Causas do colesterol alto
Diversos fatores podem levar ao aumento do colesterol, sendo alguns deles modificáveis por meio de hábitos saudáveis, enquanto outros têm origem genética. Entre os principais causadores estão:
- Dietas ricas em gorduras saturadas e gorduras trans
- Sedentarismo
- Sobrepeso e obesidade
- Tabagismo
- Consumo excessivo de álcool
- Doenças crônicas como diabetes, síndrome nefrótica e hipotireoidismo
- Histórico familiar de colesterol alto (hipercolesterolemia familiar)
Colesterol ao longo da vida
O controle do colesterol deve começar ainda na infância. Crianças com histórico familiar de doenças cardiovasculares devem ser avaliadas desde cedo. Na vida adulta, os riscos se tornam mais significativos, especialmente com o surgimento de outros fatores, como estresse, má alimentação e baixa atividade física. Já em idosos, o acompanhamento contínuo é essencial para prevenir complicações.
Sinais de alerta e sintomas indiretos
Embora o colesterol alto seja uma condição silenciosa, sem sintomas diretos, ele pode estar associado a alguns sinais clínicos derivados de suas complicações. Entre os indícios indiretos, estão:
- Dor no peito (angina)
- Fadiga incomum
- Formigamento ou dormência em membros
- Xantelasmas (pequenas bolsas de gordura ao redor dos olhos)
- Histórico de hipertensão ou diabetes mal controlado
Esses sinais não devem ser ignorados, pois indicam que o organismo já pode estar sofrendo os efeitos do acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos.
Riscos associados
A elevação dos níveis de colesterol é um fator de risco significativo para diversas doenças graves, muitas vezes silenciosas, que podem evoluir com consequências fatais se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente. Entre as principais complicações, destacam-se:
- Doença coronariana: o entupimento das artérias coronárias pode causar infarto agudo do miocárdio, condição que exige intervenção médica imediata.
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): a obstrução dos vasos que irrigam o cérebro leva a episódios isquêmicos, com risco de sequelas neurológicas permanentes.
- Aterosclerose: caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes arteriais, a doença compromete a elasticidade e o fluxo normal de sangue.
- Doença arterial periférica: afeta a circulação, principalmente nos membros inferiores, podendo provocar dor, cansaço e dificuldade de cicatrização.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 4 em cada 10 brasileiros adultos apresentam níveis alterados de colesterol — um índice que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, já ultrapassa os números observados nos Estados Unidos. Além disso, o órgão alerta que o colesterol desregulado é responsável por cerca de 30% das mortes por doenças cardiovasculares no Brasil.
Colesterol e comorbidades
O colesterol elevado não afeta o organismo de forma isolada. Ele está diretamente relacionado a outras doenças crônicas, como:
- Diabetes tipo 2
- Hipertensão arterial
- Síndrome metabólica
- Doença renal crônica
- Doença hepática gordurosa não alcoólica (esteatose hepática)
A presença de múltiplas condições aumenta significativamente o risco cardiovascular e exige um acompanhamento clínico rigoroso.
Hipercolesterolemia familiar: um alerta genético
A hipercolesterolemia familiar é uma condição hereditária que afeta cerca de 1 a cada 250 pessoas, mas ainda é subdiagnosticada. Ela se caracteriza por níveis extremamente elevados de LDL, mesmo na infância, e um risco aumentado de infarto precoce.
O diagnóstico precoce, especialmente em pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas antes dos 55 anos (homens) ou 65 anos (mulheres), é essencial para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações graves.
Como prevenir e controlar
Algumas medidas práticas podem ajudar a manter os níveis de colesterol sob controle:
- Adotar uma alimentação saudável: aumentar o consumo de fibras, frutas, legumes, cereais integrais e fontes de gordura boa (azeite, abacate, oleaginosas, peixes).
- Evitar alimentos processados e frituras: fast food, embutidos e industrializados contêm gorduras prejudiciais.
- Praticar atividades físicas regularmente: pelo menos 150 minutos por semana de exercícios moderados.
- Manter o peso corporal adequado
- Parar de fumar
- Reduzir o consumo de álcool
- Seguir corretamente a prescrição médica, caso seja necessário o uso de medicamentos.
Tratamento medicamentoso: quando é necessário?
Em muitos casos, mudanças no estilo de vida não são suficientes para controlar o colesterol. Nestes casos, o uso de medicamentos hipolipemiantes pode ser indicado, como:
- Estatinas: inibem a produção de colesterol no fígado e são as mais utilizadas.
- Ezetimiba: reduz a absorção do colesterol no intestino.
- Fibratos: especialmente eficazes na redução de triglicerídeos.
- Inibidores de PCSK9: medicações mais recentes, usadas em casos de alto risco ou hipercolesterolemia familiar.
O tratamento deve sempre ser individualizado, considerando o perfil do paciente, comorbidades e histórico familiar.
Mitos e verdades sobre o colesterol
“Todo colesterol é ruim.”
Não. O colesterol é essencial para o corpo. O problema está no desequilíbrio entre LDL e HDL.
“Apenas pessoas com sobrepeso têm colesterol alto.”
Falso. Pessoas magras também podem apresentar colesterol elevado, principalmente por fatores genéticos ou hábitos alimentares inadequados.
“Colesterol alto sempre causa sintomas.”
Na maioria dos casos, o colesterol alto é silencioso. Os sintomas só aparecem quando já há complicações cardiovasculares.
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