Tireoide: que exames são realizados para identificar alterações?
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A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço, abraçando a traqueia. Os hormônios produzidos por ela, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), agem em nosso corpo e metabolismo desde a nossa formação fetal. A liberação de T3 e T4 depende da ingestão de iodo e por esse motivo, há alguns anos, houve um decreto para que fosse acrescentado iodo no sal de cozinha, de forma a minimizar a incidência de indivíduos com disfunção tireoidiana.
Hipotireoidismo x Hipertireoidismo
A funcionamento irregular da tireoide causa uma disfunção hormonal. Quando há pouca produção dos hormônios ocorre o hipotireoidismo.
As principais consequências do hipotireoidismo são:
– Aumento de peso
– Constipação intestinal
– Pele seca
– Unhas fracas e quebradiças
– Sonolência
– Falta de concentração e memória.
Até 6% das gestantes apresentam hipotireoidismo e muitas vezes essa condição aparece apenas durante a gestação. O tratamento e monitoramento deve acontecer o mais breve possível para evitar complicações para a mãe e bebê, inclusive aborto. O hipotireoidismo em recém-nascidos pode causar deficiência neuropsicomotora, lesões neurológicas irreversíveis, além de outras modificações corporais.
Quando há produção excessiva de hormônios, ocorre o hipertireoidismo, em que o organismo é acelerado.
Os principais sintomas são:
– Aumento dos batimentos cardíacos podendo apresentar arritmias
– Intestino desregulado em que o paciente vai ao banheiro mais vezes que o normal
– Pele úmida
– Calor e suor excessivo
– Perca de peso
– Aumento dos olhos (exoftalmia)
Essas alterações podem ocorrer em qualquer período da vida, com tratamento existente para repor ou reprimir a produção desses hormônios.
Autoexame da tireoide
Além dos sintomas descritos, em ambos os casos pode ocorrer o bócio, que é o aumento de volume da glândula tireoide. O próprio paciente pode notar alguma saliência na região do pescoço, abaixo do pomo de Adão. É possível observar apalpando o local ou ao tomar algum líquido observar por um espelho o movimento do pescoço.
Exames indicados
Para confirmar o diagnóstico clínico, podem ser realizados os seguintes testes:
Dosagem do TSH
É o principal exame para o diagnóstico do hipotireoidismo e hipertireoidismo. Os valores normais de referência diferem de acordo a faixa etária e presença ou não de gestação.
Acompanhe na tabela abaixo os valores de referência geralmente utilizados pelos laboratórios:
IDADE | VALORES |
1ª semana de vida | 15 (μUI/mL) |
2ª semana até 11 meses | 0,8 – 6,3 (μUI/mL) |
1 a 6 anos | 0,9 – 6,5 (μUI/mL) |
7 a 17 anos | 0,3 – 4,2 (μUI/mL) |
Adultos (+ 18 anos) | 0,3 – 4,0 (μUI/mL) |
Para gestantes, os valores de referência são:
TEMPO DE GESTAÇÃO | VALORES |
1ª trimestre | 0,1 – 3,6 mUI/L (μUI/mL) |
2ª trimestre | 0,4 – 4,3 mUI/L (μUI/mL) |
3º trimestre | 0,4 – 4,3 mUI/L (μUI/mL) |
Não necessariamente um TSH alterado reflete a presença de doença da tireoide. Em algumas situações ele se eleva temporariamente, retornando para os seus valores normais em determinado período.
Por isso, quando apresentar valores alterados, é indicado realizar nova coleta em um intervalo de três a seis meses, acompanhado de dosagem T4 livre.
T4 livre
Assim como o TSH, o T4 livre auxilia no diagnóstico do hiper e hipotireoidismo. Caso haja discordância nos resultados de T4 livre, uma investigação pelo especialista é recomendada.
Dosagem do T3 total
-Em conjunto com a interpretação do T4 livre, é um importante exame que ajuda no diagnóstico e seguimento do tratamento do hipertireoidismo, não sendo indicado para identificação do hipotireoidismo.
Teste de anticorpos
Anticorpos Antiperoxidase (Anti TPO), Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg), Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb) detectam doenças tireoidianas auto-imunes (DTA) como Doença de Graves e Tireoide de Hashimoto. Essas são as causas mais comuns de disfunções na tireoide.
Ultrassonografia, Punção Aspirativa por Agulha Fina e Biópsia
Estes exames auxiliam na identificação da natureza do nódulo de tireoide – benigno ou maligno. A ultrassonografia também é útil também para indicar a necessidade e orientar a punção aspirativa por agulha fina, método padrão ouro para esclarecimento da natureza dos nódulos suspeitos.
Teste do Pezinho
O teste do pezinho, ou Teste de Guthrie, auxilia na detecção precoce de diversas doenças, entre elas, o hipotireoidismo congênito. Deve ser realizada no recém-nascido entre o 3° e 6° dia de vida. O teste consiste na dosagem do TSH ou T4 total em amostra de sangue seco em papel de filtro retiradas do calcanhar do bebê.
Preparação para exames
A identificação do TSH, T4 ou T3 podem ser realizados por meio de exame de sangue. Para esta coleta específica, não é necessário que o paciente faça jejum.
Caso seja um exame para acompanhamento da doença e o paciente tome o remédio para tratamento, é importante não tomar o remédio antes da coleta para não haver alterações no resultado. Quem faz uso de vitaminas como a biotina (uma vitamina do complexo B), precisa pausar o uso 3 dias antes do teste para evitar interferência no resultado.
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Fontes:
https://www.tuasaude.com/hipotireoidismo-congenito/
https://www.hcrp.usp.br/sitehc/upload/MANUAL%20DE%20INSTRU%C3%87%C3%95ES%20DO%20TESTE%20DO%20PEZINHO%202011.pdf
https://www.tireoide.org.br/ingestao-de-iodo-evita-males-da-tireoide/
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