Diagnóstico Laboratorial: Alergia ao Ovo
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A alergia alimentar é causada por uma reação em nosso sistema imunológico que considera alguma proteína presente no alimento um elemento estranho no organismo.
Apenas oito tipos de alimentos são responsáveis por aproximadamente 90% das reações alérgicas: leite, ovo, amendoim, frutos do mar, peixe, castanhas, soja e trigo.
Os ovos são alimentos muito versáteis e para muitas pessoas uma parte inerente da dieta. No entanto, eles também são um dos gatilhos de alergia mais comuns em todo o mundo.
Alergia ao ovo
É a alergia mais comum na infância. Aproximadamente 4 a 6 por cento das crianças são afetadas. Geralmente se desenvolve durante os dois primeiros anos de vida e desaparece sozinha durante a idade escolar. Os adultos raramente são afetados. Nas pessoas afetadas, os ovos podem causar reações alérgicas mesmo em pequenas quantidades, levando a sintomas como náusea, diarreia, coceira, inchaço, erupções cutâneas, falta de ar ou até choque anafilático. Os gatilhos da reação são proteínas alergênicas contidas no ovo.
Quais componentes podem causar alergia?
Os ovos de galinha são ricos em proteínas: existem cerca de 40 proteínas diferentes apenas na clara de ovo. Quatro delas são relevantes para quem sofre de alergias: ovomucóide, ovalbumina, ovotransferrina e lisozima. O potencial alergênico das proteínas presentes na gema do ovo é apenas moderado.
Ao contrário de outras proteínas, a ovomucóide não é destruída pelo aquecimento; é por isso que quem sofre de alergias também deve evitar ovos cozidos ou fritos. Além disso, algumas pessoas alérgicas a ovos de galinha também podem apresentar reações cruzadas à carne de galinha ou a ovos de outras aves.
O ovo na indústria alimentícia
A parte mais importante do tratamento da alergia é evitar as substâncias alergênicas na dieta. No entanto, isso geralmente é um desafio, pois os ovos podem ser usados em uma variedade de pratos. Eles não são apenas um ingrediente de panquecas, massas ou bolos, mas também estão contidos em muitos alimentos, onde não se espera necessariamente encontrá-los. Devido às suas características tecnológicas, os ovos são um aditivo popular na indústria de alimentos e são usados em uma variedade de alimentos processados. Por exemplo, eles servem como um agente de ligação em macarrão e como um emulsificante em molhos e temperos preparados. Eles acrescentam fofura a biscoitos e merengues, e os carotenoides nos ovos fornecem uma delicada cor amarela. A clara do ovo pode ser usada para a refinação do vinho, e a lisozima do ovo da galinha serve como conservante devido ao seu efeito antimicrobiano.
Diagnóstico laboratorial
Os anticorpos IgE específicos do ovo são normalmente os primeiros a aparecerem em crianças que desenvolvem doença atópica. Entre os métodos disponíveis para a determinação dos níveis de IgE sérica específica, o mais empregado é o Sistema ImmunoCAP®.
A IgE específica para ovo pode ser medida utilizando ensaios padronizados de determinação quantitativa. Existe uma correlação positiva entre os níveis elevados de IgE específico e a probabilidade de reatividade clínica ao ovo.
O hemograma, embora não seja exame diagnóstico para alergia alimentar, auxilia na detecção de complicações a ela associadas, como a anemia. As reservas corporais de ferro (ferritina sérica) devem ser avaliadas. Teoricamente, na alergia alimentar pode ocorrer deficiência de ferro em função de perdas fecais ou de má absorção secundária à lesão do intestino delgado, ou a uma inflamação sistêmica.
Vacinas e alergia à proteína do ovo
Apesar de muitas especulações, a taxa de reações alérgicas graves às vacinas em geral é muito baixa. Avanços no processo de fabricação de vacinas vem permitindo a diminuição da quantidade de ovo, tornando-as cada vez mais seguras para pacientes alérgicos. A vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) por exemplo, já não contém mais a proteína do ovo e pode ser aplicada tranquilamente sem nenhum problema.
É importante lembrar que as concentrações de proteína do ovo de galinha são diferentes entre as vacinas. A legislação da União Europeia permite uma concentração máxima de 2 μg/ml, que é considerada segura em pacientes com reações graves, com anafilaxia prévia ao ovo.
Mesmo assim, a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) é que, os pacientes com anafilaxia ao ovo, que recebam vacina, fiquem em observação de 30 a 60 minutos. As reações, quando presente, são raras e de baixa intensidade. E os benefícios da vacina são muito maiores do que os riscos.
Produtos FirstLab
Referências
- https://food.r-biopharm.com/news/eggs-allergen-testing/
- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/aaai_vol_2_n_01_a05__7_.pdf
- http://laboratorioduarte2014.masterix2.com.br/uploads/laboratorio_duarte_2014/arquivos/lab-com-alergia-ao-ovo-e-ao-leite-junho-2016.pdf
- https://www.rapidmicrobiology.com/news/eggs-a-challenge-to-allergen-analysis
- http://www.alergopneumoped.com.br/arquivos/site/informacoes-pacientes/alergia%20a%20ovo%20X%20vacina%20de%20gripe.pdf
- http://www.bravacinas.com.br/vacinas-e-alergia-a-proteina-do-ovo-mitos-e-verdades/
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