Sífilis: como é feito o diagnóstico por VDRL
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Nos últimos anos, os casos de sífilis no Brasil têm apresentado um aumento alarmante. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2023, entre 2012 e 2022, registraram-se 1.237.027 casos de sífilis adquirida, 537.401 casos de sífilis em gestantes e 238.387 casos de sífilis congênita.
Esses números refletem uma realidade preocupante, evidenciando a necessidade urgente de medidas eficazes de prevenção e tratamento para controlar a disseminação dessa doença.
O que é a sífilis?
A sífilis é uma doença silenciosa e sistêmica. A bactéria Treponema pallidum causa a sífilis, que se transmite por contato sexual ou vertical (durante a gestação ou o parto).
A transmissão de mãe para filho pode ter como consequência aborto, parto prematuro, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, lesões de pele e malformações, com mortalidade em torno de 40% nas crianças com sífilis congênita.
Quem possui sífilis pode apresentar diversas manifestações clínicas e diferentes estágios: a sífilis primária, secundária, latente e terciária.
A manifestação inicial é uma úlcera no local de entrada da bactéria, geralmente na região genital, que desaparece mesmo sem tratamento. Também fazem parte dessa fase erupções ou manchas no tronco, nas mãos e pés; placas e lesões em mucosas. Esta fase pode apresentar sintomas inespecíficos, como febre baixa, mal-estar e cefaleia. Se não tratada, a doença pode evoluir para estágios mais graves, pois afeta o sistema nervoso central e o sistema cardiovascular.
Diagnóstico da sífilis
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT-IST) recomenda que os profissionais de saúde acompanhem toda pessoa diagnosticada com sífilis durante um ano, realizando testes não treponêmicos para verificar a diminuição da titulação do patógeno.
Estes são os testes sugeridos:
Técnica | Testes não treponêmicos |
---|---|
Floculação | VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) RPR (Rapid Test Reagin) USR (Unheated Serum Reagin) TRUST (Toluidine Red Unheated Serum Test) |
Imunoenzimáticos | ELISA (Enzyme – linked immunossorbent assay) |
Imunocromatográficos | Testes Rápidos – TR |
Em caso de gestantes, esse seguimento deve ser feito mensalmente e, no restante da população a cada três meses durante um ano.
Sempre que houver suspeita de sífilis congênita, deve-se realizar o VDRL no líquor da criança.
Como funciona o teste de floculação?
Os testes de floculação baseiam-se em uma suspensão antigênica que contém cardiolipina, colesterol e lecitina. Em suma, no preparo da suspensão antigênica, a ligação desses componentes ocorre ao acaso e resulta na formação de estruturas arredondadas denominadas micelas.
A ligação de anticorpos em várias micelas resulta na floculação, que pode ser observada ao microscópio.
Escolha do teste de floculação para diagnóstico da sífilis
A escolha do teste não treponêmico vai depender de características como:
- O tipo de amostra a ser testada (líquor, soro ou plasma);
- Equipamentos disponíveis (banho-maria, microscópio);
- Tamanho da rotina.
Veja as características e exigências de cada teste:
Teste de VDRL em líquor
O VDRL é o único teste de floculação que pode ser utilizado para a pesquisa de anticorpos não treponêmicos no líquor. A realização do teste em amostras de líquor é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico da sífilis congênita ou da neurossífilis.
Para realizar o VDRL em líquor, são necessários os seguintes materiais:
- Suspensão antigênica de VDRL preparada anteriormente
- Solução salina (NaCl).
- Micropipeta de volume fixo.
- Micropipeta de volume variável.
- Ponteiras descartáveis.
- Recipiente para descarte de ponteiras.
- Placa de Kline.
- Agitador tipo Kline.
- Microscópio óptico.
- Recipiente de vidro para descontaminação de produtos biológicos.
- Cronômetro.
- Caneta para escrever em vidro.
- Protocolo de trabalho.
Procedimentos do VDRL qualitativo em amostras de líquor
- Pipete o líquor em uma demarcação da placa de Kline.
- Cuidadosamente, faça a homogeneização da suspensão antigênica modificada.
- Pipete a suspensão antigênica modificada na demarcação da placa que contém o líquor.
- Coloque a placa no agitador tipo Kline de acordo com a metodologia utilizada.
- Faça a leitura da reação em microscópio óptico imediatamente após o término da agitação.
- Se não for observada floculação na amostra, a reação é negativa e o laudo pode ser emitido. Caso haja floculação na amostra de líquor puro, a reação é positiva. Neste caso, para determinar o título é necessário fazer a reação quantitativa por meio da diluição seriada do líquor em solução salina.
Soluções FirstLab para o VDRL
O portfólio da FirstLab contém diversas soluções para possibilitar o exame VDRL. Dentre elas agitadores do tipo Kline, placas de Kline, micropipetas, ponteiras e outras.
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